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21 de junho de 2021

Diabetes é hereditária?

Muitas pessoas se perguntam sobre a influência dos fatores genéticos no surgimento da diabetes. Leia abaixo e saiba mais sobre o assunto: 

Como sabemos, a diabetes é uma doença crônica causada pela produção insuficiente de insulina – hormônio que regula a glicose no sangue e atua como fonte de energia – ou pela resistência à sua ação. Já conhecemos bem os fatores de risco para seu desenvolvimento, mas hoje vamos falar sobre condições genéticas que podem colaborar para o aparecimento da doença.

No caso de pais ou irmãos diabéticos, é comum que haja uma dúvida sobre a probabilidade de você também desenvolver a doença, já que o fator hereditário se mostra presente em muitas outras comorbidades. Sabemos que existem dois tipos mais comuns de diabetes, que possuem diferenças entre si, por isso, é importante analisar os fatores de cada um separadamente e, assim, chegar nas respostas.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o diabetes mellitus tipo 1 ocorre quando há a destruição de células beta pancreáticas, responsáveis pela secreção de insulina, por uma reação autoimune associada a alguns padrões de HLA (antígeno leucocitário humano), que determina maior risco da doença. Pessoas com certos tipos de HLA como DR3 ou DR4 têm uma tendência genética aumentada de desenvolver diabetes tipo 1, e cerca de 95% dos pacientes com diabetes tipo 1 apresentam esses tipos específicos de HLA.

Portanto, existe componente hereditário para seu desenvolvimento. As chances de cada pessoa desenvolver diabetes, por sua vez, dependem muito do cenário e do histórico familiar.  

Sendo assim, a probabilidade numérica varia de acordo com a situação: existe 0,4% de chance da doença se desenvolver, caso não haja nenhum histórico familiar. Se a mãe for diabética tipo 1, existem de 1 a 4% de chances. Se o pai for diabético tipo 1, as chances são de 3 a 8%. Se um dos irmãos for diabético do tipo DM1, as chances são de 2 a 6%. As chances se ampliam no caso de ambos os pais serem diabéticos, chegando a 30%. Os mesmos 30% se aplicam caso um irmão gêmeo univitelino (idêntico) tenha a doença.

Já no caso do diabetes tipo 2 (DM2), a hereditariedade é um fator de risco muito mais forte: mais de 75% dos pacientes apresentam histórico familiar positivo.

Muitas mutações podem afetar esse risco. A contribuição de cada gene é geralmente pequena, no entanto, cada mutação adicional pode aumentar seu risco de diferentes formas. As mutações em qualquer gene que esteja envolvido no controle dos níveis de glicose podem aumentar o risco de diabetes tipo 2.

Existem pelo menos 50 genes que podem aumentar ou diminuir o risco de desenvolver DM2, ou seja, herança poligênica. Além disso, existe um tipo de diabetes que é caracterizado pela mutação específica de um único gene, o diabetes monogênico, conhecido como MODY. Resumindo, é um defeito monogênico transmitido por herança autossômica dominante.

Nunca é demais lembrar de se cuidar e, se você sabe de algum caso de diabetes em alguém da sua família, fique de olho na sua alimentação e faça exames periódicos para estar sempre em dia com a sua saúde. É comprovada a importância da alimentação na prevenção e no tratamento de diabetes e, somada à prática de exercícios físicos e hábitos saudáveis, uma boa dieta pode ser a melhor ferramenta para se cuidar.

Lembre sempre de consultar o seu médico!